Wednesday, February 27, 2008

Deus é grande?

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Deus não é grande. Este é o best-seller do The New York Times, com mais de 300 mil exemplares vendidos, cujo título prendeu a minha atenção, levando-me a alguns pensamentos. Seu autor, Christopher Hitchens, também é chamado de o 4º. Cavaleiro do Apocalipse, juntamente com os outros fundamentalistas do ateísmo Richard Dawkins, Sam Harris e Daniel Dennett, que compartilham e publicaram livros sobre o mesmo tema.

Alguns especulam que a recente coincidência de autores sobre o tema ateísmo - e a importância que lhes é dada - não passará de uma reação social aos dois mandatos de G. W. Bush, caracterizados pela grande teocratização do discurso de Estado e por uma maior influência de grupos cristãos conservadores nas decisões de Washington.

É verdade também que as páginas da história estão marcadas e manchadas por tantas bobagens e coisas estupidas ditas e feitas sob o nome de Deus. Razão pela qual os atuais cavaleiros apocalípticos possuem uma fonte cada vez mais crescente sobre o assunto.

Sejamos sinceros, o discurso sobre Deus é grande. E falar é fácil. Usar vestimentas e assumir posturas que revelam a religiosidade, é mais fácil ainda. Só que usar exemplificar com a vida - a exemplo de Jesus, que ensinou dar a outra face – é bem mais complexo. E os exemplos carregam consigo as multidões. Tanto para o bem, quanto para o mal.

Exemplos carregam consigo as multidões.
Tanto para o bem, quanto para o mal.


O Deus grande possui discurso, palavras e obras grandes. Ele é amante de todo homem, é perdoador e o único que transforma o caráter debilitado do homem, em outro, totalmente habilitado para a bela combinação palavra x exemplo.

Sim, e Ele também é grande o suficiente para defender o seu nome e a sua glória por si só. Por isso, não tenho a intenção em sair em defesa da fé, caçar bruxas, afrontar ou confrontar ninguém. Até mesmo porque só existem ateus por causa de Deus. E ninguém pode tirar esta honra dEle.

É provável que Deus nunca tenha se importado com o pensamento ateu, pelo contrário, os incrédulos é que parecem não deixá-lo em paz, quer escrevam livros, quer convençam multidões. Santa paciencia!!!

Os cientistas tocam a trombeta de esgotamento do mundo e Deus
avisa: - Ei, foi o homem quem fez isto e não digam que eu não avisei.
O Deus Grande está sempre envolvido com mínimos detalhes da vida e só quem é grande tem esta preocupação. Atentem, os cientistas é que atualmente tocam a trombeta sobre o esgotamento do planeta e o mundo ainda nem está totalmente conhecido e explorado. E Deus diz: - Foi o homem quem fez isto e não digam que eu não avisei. Porque eu avisei, deixei escrito para quem quisesse ler. E crer!

Na minha visão, bem particular, tenho um breve detalhe do Deus que preocupa-se com coisas mínimas:
Noutro dia, eu estava sem despertador aqui em casa, havia sumido todos. Eu disse todos! E a quem eu fui pedir para me acordar? Claro, que foi ao Deus Grande, a quem mais eu pediria aquela hora da noite? Então orei e fui dormir.
E daí, que despertei na hora que havia marcado. Só que ainda sonolenta, tive a ousadia de dormir e acordar, dormir e acordar, até que a hora foi embora e 15 minutos após, houve um nó no trânsito, com direito a buzinaço, bem debaixo da minha janela, numa pacata rua sem movimento.

E foi assim que acordei, parecia que o Big Bang era dentro da minha cabeça. É lógico que precisei pedir desculpas por ter tomado o tempo precioso de Deus para uma tarefa que não lhe cabia, mas que Ele quis fazer assim mesmo, para continuar me mostrando o quanto Ele é grande, se importa conosco e ainda me levar a este texto conectado aos pensamentos iniciais desta nossa conversa de pé de orelha.

Cá pra nós, Deus caprichoso este, mas vou logo avisando, só se importa com quem se importa com Ele.


Acredite se quiser! E se quiser, leiam também o livro do cara que disse que o meu Deus não é grande, é bom conhecer as múltiplas opiniões, elas nos tornam mais inteligente e versáteis.



Curiosidade sobre a imagem: O Louva-a-Deus tem esse nome porque, enquanto espera calmamente para atacar uma presa, ele põe-se na posição em que parece que está a orar.

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Friday, February 08, 2008

Traições, desilusões e certezas

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Falar sobre José é sempre algo bom, principalmente, quando se pensa em seu triunfo. José foi o homem abaixo de Faraó, no Egito e o homem segundo o coração de Deus, nos céus.

Sua história foi acompanhada atentamente lá em riba. Os anjos devem ter pensado que Deus havia enlouquecido ao ver que o príncipe sonhador, dono da invejável túnica colorida fora parar numa caverna, e logo após, na escravidão e bem depois, prisioneiro numa terra estranha.

Palavras não descrevem a exatidão do seu sofrimento. Foram 13 anos de prisão, mais um período como escravo na casa do enganado Potifar, mais a juventude perdida sem o aconchego da família, mais a falta do afago dos pais e o que ele supunha ter na época, o amor de seus irmãos, por quem fora covardemente traído.

E traição tem gosto de fel. Talvez por conta da desilusão que tem sabor de chumbo. Pode haver quem nunca tenha sido traído, mas desiludido, com certeza, há muitos. E que pode ser pelo sonho que não se concretizou ou por alguém em quem se tinha tamanha esperança e este falhou ou ainda por uma bela punhalada nas costas de quem caminhava lado a lado e jurava lealdade eterna.

E por falar em sonhos, o amargo do fel na boca de José se deu tão somente porque ele era um sonhador. E a sua 'utopia' era tão alta, que até seu pai, mãe e irmãos se curvavam diante dele. E se curvaram mesmo.

Porém aquele Deus, que os anjos pensaram estar louco (estava louco era nada), Ele nunca abandonou José, isso sim! É explícito e repetitivo o que está descrito: “...E o Senhor estava com José... e o Senhor estava com José...e o Senhor estava com José”. Nos momentos cruciais, de maior solidão lá estava a declaração “...e o Senhor estava com José”. E o que mais deseja o homem se Deus está com ele?

O mais interessante nesta história é que quando se realiza em José, tudo o que foi sonhado a seu respeito, no momento em que se torna governante pleno, com toda sabedoria e majestade, com sua família prostrada ante a ele, sendo abastecida com o melhor que havia no Egito, não lemos a declaração: “...e o Senhor estava com José”. Por quê?

Sem vinganças, sem reservas, sem fomentar dissensões, José perdoou, apaziguou e abraçou a todos os seus irmãos. E ali naquele lugar forneceu o conforto necessário para sua parentela, inclusive os traíras. Qual o segredo? José já andava com Deus há muito e muito tempo.

Acredito eu, que depois disso tudo, José chegou a tal intimidade com Deus, que poder-se-ia ver um ao lado do outro: José e Deus, Deus e José. E Deus orgulhoso ao seu lado: Este é o meu garoto!!

Ler a história de José faz com que o coração fique em sossego diante das traições e desilusões da vida e ainda transmite a certeza de que somos os únicos a impedir Deus de estar sempre conosco.


"E José respondeu ao faraó dizendo – Longe de mim! Deus é que há de dar uma resposta de paz ao faraó.” (Gen, Cap 41; v. 15-16)

“Disse faraó a José: Depois que Deus fez saber a ti tudo isto, não há entendido nem sábio como tu!” (Gen, Cap 41, v. 39)

História de José, Genêsis capítulo 37 ao 50.

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