Esta semana parei um pouco em frente à TV para ver se havia alguma coisa boa ou interessante. É lógico que não houve, a não ser uma aberração que me fez pensar um pouco sobre a atual condição da mulher.
Acredito eu que, de todas as revoluções/evoluções que aconteceram, talvez a da mulher tenha sido a mais justa. Encontramos mão de obra feminina em toda parte do planeta. Elas estão no mar, no ar, no espaço, debaixo da terra, sobre a terra, provando o quanto são boas no que fazem. E muito bem feito, sim, Senhor!
No entanto, fiquei chocada e envergonhada ao ver num programa diário popular da ex-modelo, que todas estas conquistas podem ir pelo esgoto abaixo, quando foram mostradas canções e imagens de funk, em que um desses MC da vida, o Catra, passa um cartão de crédito na bunda da tal mulher "bife" ou filé, como ela prefere ser chamada. (MC é um mestre de cerimonias, que surgiu nos Estados Unidos junto com a cultura Hip Hop, derivando para o funk no Brasil).
Não sou feminista, muito menos moralista do apocalipse, mas há hoje uma geração inteira de jovens que possuem verdadeira adoração por este tipo de funk. Elas dançam, rebolam e cantam músicas em que comparam-se satisfeitas a cachorras, frutas ou até mesmo partes de carnes, como o filé (de porco ou de boi? Ah, não importa!). Sem contar as que gritam em bom tom que assumiram o seu lado vadio, como prostitutas. Na versão original, o termo cantado é o mais grosseiro mesmo.
E o mais triste disto, é que além de não reconhecerem o seu valor, perderam a capacidade de pensar. Por que como podem dançar ao som de canções assim? Não consigo entender.
Tenho pena daquelas que deram o sangue para que nós tivéssemos todos os direitos reconhecidos e respeitados. Elas devem se revirar no túmulo porque não foi para isto que tanto lutaram. Emporcalharam tudo.
Uma luta que, acredito eu, tenha sido por reconhecimento, dignidade, liberdade (não libertinagem), honra, direito de escolher o próprio parceiro, respeito porque sabe o que quer e pode pensar, além do status pela posição alcançada.
Ao ver o lamentável programa, me entristeci por esta geração de mulheres carnes-moídas-mastigadas-vomitadas, restando-me um questionamento um tanto pessimista: Toda luta e toda conquista foram vãs? E se contássemos às macacas da idade da pedra? Nem elas acreditariam nisso.
Usemos nosso cérebro mais vezes, queridas mulheres, e ensinai vossas filhas num caminho mais excelente para que assim, ainda reste alguma esperança em toda esta desevolução feminina.
Christiani Rodrigues
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