Wednesday, May 06, 2009

Levanta e anda!

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Às vezes chega um desânimo, não se sabe de onde, que talvez tenha único objetivo de nos destruir pra valer. Quando isso ocorre, geralmente, a alma fica triste e aflita e nem sempre temos domínio da situação. Há uma tendência de tentar achar refúgio no lugar mais íntimo de nossas vidas que pode ser num quarto, naquela cama com direito a coberta ou edredom.

E foi assim que estive eu por alguns indissolúveis dias. Cheguei a perder a vontade de escrever. Concluí então que o negócio estava um sério porque é das coisas que mais gosto, arrancar palavras lá do fundo da alma. Desta vez, nem isto funcionava, mas não deixei a peteca caída, até mesmo porque a vida corria como tinha de ser.

No entanto, aconteceu algo numa manhã interessante em que fui à igreja, mesmo com o desânimo denso insistente. Era culto de ceia e o ambiente estava repleto de pessoas simpáticas, mas me sentia como se estivesse sozinha. Lá no fundo eu sabia que era uma espécie de solidão acompanhada por Deus.

De um lado pessoas sentadas e eu com o tal sentimento. Do outro lado, o mesmo contingente e a mesma sensação. Como Deus não ocupa espaços físicos palpáveis, então eu me sentia só mesmo no meio do mar de gente.

No lugar, havia uma festa. Eu cantava, mas não ouvia. Sequer atentava ao que cantava. Quase em desespero, pedi: - Senhor, ajuda-me. Renova-me nesta manhã de sol. Não quero permanecer assim. Aquece a minha alma com teu calor. Dá-me sentido a tudo isso.

Logo em seguida, fui chamada ao serviço eclesiástico da qual faço parte, aquele destinado a todo líder, servir com humildade. Somos separados sim, mas não somos super-homens ou super-mulheres, até mesmo porque continuamos dentro do mesmo ser de barro que fomos criados. Barro frágil, fraco, efêmero e que necessita de cuidados para não se quebrar.

Quando fui chamada para executar meu trabalho, o fiz com temor e tremor diante daquele que conhece cada canto obscuro do meu ser. Assim fui sondada, cuidada, reconhecida e curada.

Bem naquele momento, ao servir as pessoas que ali se encontravam, senti o toque quase angelical que me livrou do desassossego de corpo, alma e espírito, e redescobrir que quando me disponho a servir meus irmãos de caminhada e de luta, não faço tão somente ao homem, mas também ao Criador, que me tem dado a honra de fazer conforme Jesus fez.

Jesus serviu aos homens totalmente despido de seu próprio ser, lavando-lhes os pés, dando-lhes alimento, humilhando-se e e se entregando à morte em todos os sentidos. Com e por amor.

Ali naquela manhã, relembrei que não sou em nada melhor que meu maior inspirador, que cumpriu sua missão com excelência. E assim aprendi que, eu recupero o meu ser por inteiro, de angústias e temores, somente quando me torno útil ao meu semelhante, servindo-o assim com fez o meu Mestre. Eis meu chamado e minha recompensa. Vida que segue com graça e objetivos.

Que me perdoe o poeta, mas só faz sentido servir.

Christiani Rodrigues

Imagem: Armando Gonçalves

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